Por Diego Flores, Senior Animal Scientist da PhageLab®.
“A segurança alimentar é um assunto de todos”- FAO y OMS, 2023.
A 5ª celebração do dia mundial da segurança alimentar nos leva a refletir sobre a cadeia de produção animal e como os sistemas de produção se relacionam com este importante tema.
A segurança dos alimentos é uma condição que garante que os perigos (físicos, químicos e biológicos) presentes nos alimentos não provocam dano ao consumidor.
Sem dúvida, como declara a FAO e a OMS, os alimentos inócuos são aptos para satisfazer as necessidades nutricionais das pessoas, com a condição indispensável de alcançar a segurança dos alimetos.
O sistema produtivo dos animais aportam o fornecimento de proteínas de alto valor biológico e são fonte de sustento a milhares de pessoas no mundo. Em termos gerais a criação dos animais podem ser extensivas ou intensiva, mas, sem importar com o sistema que trabalhamos, a saúde dos animais é um pilar fundamental para garantir uma produção eficiente e ratificar que alimentos de origem animal sejam seguros.
Os animais de forma natural são portadores de microorganismos que podem representar um risco biológico para a saúde das pessoas. Destacando por sua frequência em surtos de e doenças como: Escherichia coli e Salmonella spp transmitidas por alimentos. Além disso, os manejos sanitários relacionados à prevenção e tratamento das doenças dos animais de produção, podem representar um risco à saúde humana se os resíduos persistirem nos produtos terminados.
Devido a estreita relação que existe entre os conceitos de saúde animal, produção animal e a segurança alimentar, as medidas de controle implementadas na cadeia produtiva em larga escala, impactam positivamente na produção de alimentos seguros. A nível agrícola as unidades produtoras (granjas) estão sendo orientadas pela FAO-OMSA a buscar as boas práticas de produção que tem como objetivo proporcionar e garantir alimentos seguros. As boas práticas associadas à utilização dos medicamentos, como os antibióticos, têm sido um objeto que tem especial atenção devido ao potencial impacto que pode ter na saúde humana.
A produção animal os antibióticos são utilizados há décadas com distintas finalidades (1) tratar doenças, (2) prevenir o aparecimento de doenças, (3) como promotores de crescimento.
Do ponto de vista da segurança dos alimentos, estas práticas podem afetar os consumidores caso a persistência dos resíduos medicamentosos nos produtos finais, com alto risco de transferência de bactérias resistentes aos antibióticos dos animais até os humanos, sendo este tópico um motivo de grande preocupação das agências reguladoras e organizações internacionais.
No ano de 2017, o uso dos antimicrobianos nos animais representou 73% do consumo mundial deste tipo de medicamentos, e isto representa um grande desafio para a gestão e utilização racional dos antibióticos na produção animal, significando uma redução do seu uso. Neste sentido a recomendação da OMS é reduzir o uso dos antibióticos que possuem importância médica na produção animal, proibir o seu uso como promotores de crescimento e seu uso de maneira preventiva, reservando o uso dos antibióticos considerados críticos somente para a saúde humana, considerando ser uma alternativa apenas quando identificado sua evidência como única alternativa.
Sob este cenário, os produtores devem adotar as boas práticas de produção e novas tecnologias que permitam a diminuição do uso dos antibióticos nos sistemas produtivos, cumprindo com as normativas de segurança alimentar que cada mercado exige. Estas alternativas incluem o uso de vacinas, peptídeos antimicrobianos, moduladores do sistema imune, fitoquímicos, probióticos e bacteriófagos.
Por último é muito importante salientar que as atuais diretrizes e normas internacionais são uma ajuda para os produtores. O comprimento destas normativas asseguram que os alimentos são seguros e gera confiança entre os consumidores, as normativas internacionais são uma garantia fiel das práticas de comércio internacional.
Referências
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